terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cachorra de almofada só se dá mal no campo

Ontem minha filha foi fazer seu passeio diário com as cachorras. Não sei quanto tempo ela demorou pra voltar, mas foi muito mais do que o normal. Naturalmente fiquei preocupada, ainda mais que por algum motivo ela não atendia ao telefone.

Quando chegou em casa, toda molhada, enlameada e escoriada, me disse que eu tinha razão de me preocupar. A Moira, a maior cachorra de almofada que existe, apesar de também ser vira-lata até o osso, estava correndo placidamente em um campo gramado, quando despencou em um rio cujas margens são muradas. Ela não está acostumada com esse tipo de construção muito comum aqui na Itália, e achou que o morro onde corria continuava adiante. Se não houvesse densas sebes crescendo no muro para aparar a sua queda ela teria se machucado bastante. Graças a Deus o rio não estava cheio – as águas iam só até a altura do tornozelo – senão ela teria sido arrastada, e sendo pouco acostumada com exercícios como é, teria poucas chances de nadar até a margem.

Pelas mesmas sebes que apararam a queda da Moira a minha filha desceu para resgatá-la, enquanto a Iris ficou ansiosamente esperando em cima. Depois de várias tentativas de subir com a cachorra pelo mesmo lugar onde elas desceram – de uma forma ou de outra – minha filha decidiu subir o rio para procurar uma alternativa. Encontrou um lugar onde plantas espinhentas tinham o tronco forte o suficiente para aguentar o seu peso, e o muro era um pouco mais baixo e ela poderia ajudar a Moira a subir para depois segui-la.

Nada disso. A Moira ficou com medo e ela não tinha força pra subir carregando a bichinha de mais de 12Kg no braço. Com isso conseguiu vários arranhões, e o sol já estava baixando. Antes de se desesperar, enquanto em casa eu já me desesperava por ela, ela seguiu um pouco mais rio acima e finalmente descobriu um barranco onde conseguiu subir com a almofadinha devidamente resgatada.

A Iris, que acompanhou todo o processo de cima, veio recebê-las alegremente. De pronto as duas já começaram a correr pelo campo novamente como se tudo não passasse de uma brincadeira. Devidamente educadas, as duas se sentaram onde as suas coleiras tinham sido deixadas quando minha filha deu busca, e chegaram em casa horas depois felizes e cansadas, tendo passado por uma grande aventura.

A nós, restou dar-lhes banho e tomar um conhaque pra não congelar por dentro.

3 comentários:

JORDANA SALDANHA disse...

O texto é tão descritivo, que consigo até imaginar Mariana e Moira nessas presepadas, rs...
Que saudade de vocês. AMO AS DUAS do fundo do meu coração.
Saudades de você também Marly.

Beijocas

JORDANA SALDANHA disse...

O texto é tão descritivo, que consigo até imaginar Mariana e Moira nessas presepadas, rs...
Que saudade de vocês. AMO AS DUAS do fundo do meu coração.
Saudades de você também Marly.

Beijocas

Marli disse...

Beijocas, apareça sempre. E não se esqueça de quando vier para a Italia vir me visitar, ai comeremos aquele fondue, um bom vinho italiano e quem sabe até terei uma lareira pra fazer o repeteco de São Paulo, E prometo que dessa vez o fondue estará melhor que aquele. Que foi o ultimo que eu fiz, ralei o queijo e etc. Agora só compro o suiço prontinho e vapt vupt. Não tem erro. Beijão