Ontem minha filha foi fazer seu passeio diário com as cachorras. Não sei quanto tempo ela demorou pra voltar, mas foi muito mais do que o normal. Naturalmente fiquei preocupada, ainda mais que por algum motivo ela não atendia ao telefone.
Quando chegou em casa, toda molhada, enlameada e escoriada, me disse que eu tinha razão de me preocupar. A Moira, a maior cachorra de almofada que existe, apesar de também ser vira-lata até o osso, estava correndo placidamente em um campo gramado, quando despencou em um rio cujas margens são muradas. Ela não está acostumada com esse tipo de construção muito comum aqui na Itália, e achou que o morro onde corria continuava adiante. Se não houvesse densas sebes crescendo no muro para aparar a sua queda ela teria se machucado bastante. Graças a Deus o rio não estava cheio – as águas iam só até a altura do tornozelo – senão ela teria sido arrastada, e sendo pouco acostumada com exercícios como é, teria poucas chances de nadar até a margem.
Pelas mesmas sebes que apararam a queda da Moira a minha filha desceu para resgatá-la, enquanto a Iris ficou ansiosamente esperando em cima. Depois de várias tentativas de subir com a cachorra pelo mesmo lugar onde elas desceram – de uma forma ou de outra – minha filha decidiu subir o rio para procurar uma alternativa. Encontrou um lugar onde plantas espinhentas tinham o tronco forte o suficiente para aguentar o seu peso, e o muro era um pouco mais baixo e ela poderia ajudar a Moira a subir para depois segui-la.
Nada disso. A Moira ficou com medo e ela não tinha força pra subir carregando a bichinha de mais de 12Kg no braço. Com isso conseguiu vários arranhões, e o sol já estava baixando. Antes de se desesperar, enquanto em casa eu já me desesperava por ela, ela seguiu um pouco mais rio acima e finalmente descobriu um barranco onde conseguiu subir com a almofadinha devidamente resgatada.
A Iris, que acompanhou todo o processo de cima, veio recebê-las alegremente. De pronto as duas já começaram a correr pelo campo novamente como se tudo não passasse de uma brincadeira. Devidamente educadas, as duas se sentaram onde as suas coleiras tinham sido deixadas quando minha filha deu busca, e chegaram em casa horas depois felizes e cansadas, tendo passado por uma grande aventura.
A nós, restou dar-lhes banho e tomar um conhaque pra não congelar por dentro.
3 comentários:
O texto é tão descritivo, que consigo até imaginar Mariana e Moira nessas presepadas, rs...
Que saudade de vocês. AMO AS DUAS do fundo do meu coração.
Saudades de você também Marly.
Beijocas
O texto é tão descritivo, que consigo até imaginar Mariana e Moira nessas presepadas, rs...
Que saudade de vocês. AMO AS DUAS do fundo do meu coração.
Saudades de você também Marly.
Beijocas
Beijocas, apareça sempre. E não se esqueça de quando vier para a Italia vir me visitar, ai comeremos aquele fondue, um bom vinho italiano e quem sabe até terei uma lareira pra fazer o repeteco de São Paulo, E prometo que dessa vez o fondue estará melhor que aquele. Que foi o ultimo que eu fiz, ralei o queijo e etc. Agora só compro o suiço prontinho e vapt vupt. Não tem erro. Beijão
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