sábado, 1 de dezembro de 2007

Dilema

Aqueles que já passaram uns meses fora do país sabem a trabalheira que antecede a viagem, e eu que nunca fiquei fora mais de um mes, estou numa incrivel maratona que vai desde um check up à compra de mais uma camiseta de manga comprida pra usar embaixo de uma malha ou encontrar com aquela/aquele amigo/amiga querido/querida que não dá pra gente ir embora sem dizer tchau pessoalmente.

E os muitos que me despedirei por email, não porque goste menos deles, mas por que será impossível abraçar todos pessoalmente. E muitos que já perdi de vista sequer saberão.

Como levar o mínimo mas não deixar coisas tão importantes como aquele livro que está começado e não quero abandonar e aquele outro que comprei e fica me namorando todo dia em cima da mesa, e que eu não tenho tido tempo pra ler, e os CD`s, qual levar e qual deixar, quando cada um representa um momento na vida.? Como levar o canto dos sabiás que todo dia futucam o meu jardim e o bando de maritacas que me trazem alegria com a sua algazarra pela manhã, como abandonar?

É aí que entra o mais importante. Deixar para trás, renunciar a pequenas coisas materiais, multiplas emocionais, se liberar, se libertar, se desprender, se transformar.

Abrir espaços para permitir que outras pessoas possam chegar, outras paisagens, outros objetos, outras atividades. E com isso preencher o que não foi vazio, mas esvaziado para poder se renovar.

Um comentário:

Brasil na Italia disse...

Salve Marli,
Gostei muito deste seu post. Acho que o desprendimento é fundamental na hora de mudar de país. Eu também era muito apegada a certas coisas e percebi que as coisas começaram a dar certo para mim aqui na Italia quando me libertei. A gente descobre coisas novas, os livros que nos interessarão passarão a ser italianos porque você vai querer entender melhor o modo de pensar do italiano, as músicas que começarão a fazer parte do seu quotidiano serão outras e os jardins terão outro tipo de borboletas, mas não menos belas. Talvez até mais interessantes para o seu novo momento de vida. Desejo uma boa viagem para você, uma pena que não poderá levar a sua cachorrinha, mas tudo acontece por alguma razão e para o nosso bem. Não sei se serve muito como consolo porque quando dói, dói. Mas enfim, um abraço. B.