terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mas, e sempre tem um mas na vida. Estou me sentindo só, sem os amigos, sem tudo o que era conhecido, mesmo que fosse o grito da criança do vizinho, o buzinar frenético ao longe dos carros na avenida, o trânsito caótico da Av. Paulista, da Dr. Arnaldo, da Av. Heitor Penteado, trânsito que conhecemos, reações tão semelhantes que deixam de ser agressivas para se tornarem parte de um dia a dia que deixamos para trás.

Mas tem o outro mas, não sinto absolutamente falta dos flanelinhas, dos mendigos nas ruas atropelando o nosso trânsito, ou eu atropelando o sono deles; das favelas e da miséria.

Pelo menos aqui nessa região onde estou, me sinto abrigada dessas calamidades sem nunca deixar de lembrar que neste país também começa a crescer um vasto contingente de imigrantes africanos, asiáticos, da europa ocidental, do oriente médio, começando a criar o que nunca os italianos tinham visto, as favelas, os cortiços, os roubos e a violência.

Internacionaliza-se não somente o capital mas também a ausência de estrutura para suportar o crescimento e as migrações, assim como migram as empresas, continua o homem a procurar melhores condições de vida e nem sempre encontram o abrigo das instituições para tal empreitada.

E enquanto aqui ainda deixam-se mercadorias dormirem do lado de fora da loja, rezo e peço a Deus/Universo que fiquem preservadas as relações de confiança entre as pessoas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Marli, algumas das cidades que conheço (Milão, Roma e Nápolis) não são muito diferentes de São Paulo no que diz respeito às favelas, cortiços, roubos e violência. Claro que o gigantismo de São Paulo acaba nos colocando em um pódio único em termos de proporção dessas desgraças. Por isso é extremamente gratificante essa experiência de vida em uma cidade pequena, que ainda conserva essa pureza nas relações entre as pessoas, que é, enfim, uma comunidade.